Há exatos 15 anos, iniciamos no Banco Real um fundo chamado Fundo Ethical (a bem da verdade, criado pelo Luiz Maia e sua equipe). Esse fundo investiria apenas em empresas que tivessem boa governança e transparência, inclusive nos aspectos éticos e ambientais. Um conselho independente avaliaria as empresas que se qualificariam, ou não, para essa carteira. As primeiras reações foram de que esse fundo, “claro”, renderia menos do que a média da Bolsa, pois empresas com essas restrições não podem se dar tão bem quanto as demais.
Certo? Não, falso!
O tempo comprovou a tese de que as empresas bem administradas, inclusive na questão de sustentabilidade, rendem mais e não menos do que a média. Observando a performance de 15 anos, 10 anos ou 5 anos, a carteira do Fundo Ethical sempre performou bem melhor do que a média do Ibovespa. Empresas que fazem as coisas certas, trazem retorno para os seus acionistas melhor e não pior do que as outras. É o mundo do “E”, e não o mundo do “ou”.
Ainda nessa mesma linha, há 10 anos a Bovespa criou o seu índice para acompanhar as empresas que pontuavam bem na questão de sustentabilidade. O ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), ao longo dos 10 anos evoluiu 122,7%, enquanto que o índice Bovespa evoluiu 41,1% (veja o gráfico abaixo).
O Dow Jones Sustainability Index, também confirma a tese de que empresas que adotam práticas alinhadas com os conceitos de sustentabilidade obtém melhores resultados do que a média.
Aliás, ganha o acionista, a sociedade, os clientes e os funcionários.
Vale ressaltar que cada vez mais as empresas têm que se preocupar não apenas com as regras que prevalecem hoje, mas sobretudo com as tendências que a sociedade seguirá. Costumo enfatizar que as empresas serão julgadas daqui a 10 anos, pelo que fazem hoje, mas com os valores de daqui a 10 anos. Estranho? Vejamos então de outra forma: as empresas estão sendo julgadas hoje, pelo que fizeram há 10 anos, com os valores de hoje. Exemplos? Questões ambientais e éticas (vide caso das práticas com algumas construtoras, montadoras, entre vários outros exemplos) estão sendo tratadas assim, com os valores de hoje.
A sociedade vai demandar que as empresas tenham cada vez mais transparência e atenção para com os vários públicos. Os jovens que vem por aí, tem essa cabeça, e assim agirão nas suas decisões de consumo e de investimento.
Conclusão: fazer as coisas certas no mundo de negócios dá resultado. Aliás, dá resultado também na vida privada e na vida pública.
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