O que é melhor: estações de trabalho abertas ou com divisórias?

 
Quando, na década de 60, Robert Propst lançou o conceito do Action Office criando um mobiliário para escritório com três divisórias que podiam ser rearranjadas a fim de desenhar diferentes espaços, ele não imaginava tudo o que aconteceria a seguir. As baias, ou cubículos como muitos chamam, foram desenvolvidas com o objetivo principal de oferecer mais privacidade e independência aos colaboradores. Porém, com o passar dos anos, as empresas começaram a encarar as baias como uma boa forma de colocar uma grande equipe em um pequeno espaço, trazendo um viés negativo ao sistema.
 
Recentemente fomos impactados no mercado de arquitetura e decoração corporativa por um novo modelo de escritório, o Open Space, um espaço de trabalho com pouquíssimas divisórias e paredes no qual todos se veem, se falam e sentem-se próximos. Um local onde a hierarquia promete ser reduzida, promovendo a integração e trazendo um clima muito mais agradável e descontraído.
 

Este sistema – que apesar de ganhar força nas últimas décadas, foi criado na Alemanha ainda nos anos 50 – se tornou o sonho de consumo de muitas empresas e uma realidade principalmente para as marcas consideradas jovens e “cool”.
 
Recentemente, o escritor Nikil Saval lançou um livro que desmistifica os cubículos e mostra o lado negativo do escritório aberto. Na obra Cubed – Secret history of the workplace, ainda sem tradução para o português, Saval apresenta um estudo completo sobre as características dos ambientes corporativos e, em entrevista recente para a revista norte-americana The Atlantic, declarou: “Suspeito que as pessoas que hoje trabalham em escritórios Open Space sentem falta de seus antigos cubículos”.
 
Para Saval, a arquitetura e a decoração do espaço dizem muito sobre a corporação. “O design do escritório expressa as relações de hierarquia, controle e autoridade”. Quando os cubículos foram lançados, isso ficava claro, porém nos modelos Open Space a hierarquia é regida pelos móveis. Basta observar que os cargos de gerência e diretoria acabam sempre ganhando cadeiras e mesas maiores, mais imponentes e, muitas vezes, espaços mais privativos em meio ao andar aberto.
 
Todos os problemas que foram apontados como sendo culpa dos cubículos, foram postos à prova na troca pelos espaços predominantemente sem divisórias. E, para Saval, é notável que esses problemas não foram totalmente solucionados e o modelo ainda trouxe novos questionamentos. “Barulho e distração visual tornam a concentração mais difícil e os fones de ouvido se transformaram nas novas paredes”, diz.
 
Pensando em todo este estudo apresentado por Saval, chegamos à conclusão que o escritório ideal é aquele que atende à cultura da empresa. Por isso é muito importante contar com a ajuda de um especialista em mobiliário corporativo para analisar como funciona a empresa, qual o tipo de negócio e o mercado na qual ela está inserida, como é o dia a dia e o fluxo de trabalho da equipe, entre outras observações fundamentais.
 
Escritórios Open Space, com mobiliário sem muitas divisórias, funcionam muito bem para empresas com ambientes colaborativos e estimulantes, mas que, ao mesmo tempo, promovem o respeito e a educação no trabalho. Em outros casos, estações como as baias são mais adequadas por proporcionarem mais concentração e privacidade para equipes que, por exemplo, falam muito ao telefone e precisam de projetos capazes de minimizar os ruídos do ambiente.

 
Outra opção bastante interessante e moderna é o investimento em divisórias de vidro, madeira ou mistas. As divisórias de vidro transparente separam espaços mantendo a amplitude do ambiente e o contato visual entre as equipes. Podem ser fornecidas com persianas que são fechadas sempre que necessário. É uma solução elegante que ajuda a minimizar ruídos, dividir equipes, salas de reuniões e ainda contribuem com a decoração do escritório.
 

 
Cada ambiente é um universo único que precisa ser analisado como tal, portanto o projeto ideal de escritório pode envolver espaços abertos, cubículos, baias e estações interativas. Tudo depende de uma análise verdadeira e profissional sobre as reais necessidades da empresa.
 

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